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A Riqueza da Vida Simples – Capítulo 9

No capítulo 8, Cerbasi faz um exercício para te mostrar os benefícios que você terá ao adotar esse estilo de vida minimalista.

No nono capítulo de A Riqueza da Vida Simples, o autor abra as portas da sua casa de campo em São Roque, no interior de São Paulo e mostra como foi o processo de transformar uma chácara em algo totalmente sustentável e inteligente.

Capítulo 9 – A casa inteligente.

Antes de mais nada, neste post falarei de:

Toda mudança começa com um problema a ser resolvido

O autor começa o capítulo 9 com os problemas da sua casa de campo que o motivaram a fazer toda a reforma:

O esgoto dos diferentes ambientes era direcionado para três fossas sépticas. Isso resultava em dois problemas.

Gustavo Cerbasi
Mau cheiro vindo das fossas

Quem já teve contato com uma casa que não tinha esgoto e o tratamento era feito por fossa séptica sabe que, se a utilização for acima da capacidade, gera mau cheiro e atrai moscas.

Então, esse era o primeiro problema que ele enxergava no sítio.

Risco de contaminação no poço

O segundo problema era relacionado a geografia. Isso porque existia um poço caipira. Ou seja, aquele poço que você vai cavando até achar o lençol freático e extrai água dele.

Como o poço ficava na parte de baixo de um terreno com vários platôs, havia o risco de contaminação por conta das fossas sépticas.

A partir desse problema inicial, Cerbasi partiu para a solução, que ele foi criar uma casa autossustentável.

O projeto

Foram 18 meses de reforma, prazo três vezes maior do que o originalmente previsto. Os motivos do atraso foram, principalmente, falhas de planejamento da engenharia e inexperiência da mão de obra, o que resultou em retrabalho e perda de materiais. Isso acabou por encarecer essa parte da reforma, mas o custo adicional era, de certa forma, esperado diante da inovação do projeto

Gustavo Cerbasi
Retirado do livro A Riqueza da Vida Simples

Conforme a imagem acima, o terreno é dividido entre a casa principal, no platô mais alto. Em seguida, a piscina, campo de futebol, horta e casa do caseiro, no meio do terreno. Por fim, na parte baixa, ficam o pomar e o poço caipira.

Também é possível observar cada parte do sistema de captação e filtração de água. Pois, a água é captada da chuva e abastece a casa toda com água filtrada.

Além do mais, também há destinação para todo esgoto da casa. Isto é, todos os resíduos eles são coletados e vão para um biodigestor. O gás gerado desses resíduos reabastece o fogão, tornando o processo autossustentável.

Como a reforma era bem complexa a mão de obra era inexperiente ficou um pouco mais caro do que ele imaginava, além de demorar mais.

Projeto que atendesse às necessidades

O Cerbasi optou por um sistema combinado de aquecimento solar e geração de energia fotovoltaica:

A autogeração “blinda” o consumidor dos aumentos futuros nas tarifas de energia elétrica, limitando os gastos ao valor da tarifa mínima – aquela que pagamos mesmo com o imóvel fechado.

Gustavo Cerbasi

Como o Cerbasi tem uma casa autossustentável, com as placas fotovoltaicas para conseguir gerar energia, então ele só paga o valor mínimo que a concessionária exige para manter a instalação elétrica.

Primeiramente, é importante destacar que ele fez um projeto que atende as suas necessidades. Isto é, uma empresa calculou quanto gastavam no sítio e fez o projeto das placas fotovoltaicas para atender esse consumo. Como na época do projeto o consumo era muito maior – devido ao uso de lâmpadas incandescentes, por exemplo – hoje em dia sobra energia.

Essa medição é feita através de dois relógios: um relógio mede a energia que vem da concessionária e ele utiliza e outro mede a energia gerada na casa que é devolvida para a rede de distribuição. Com base nisso, todo mês eles fazem a leitura desses dois relógios e, se o relógio de geração de energia da casa dele for maior do que o que ele consumiu, a diferença fica como crédito na conta dele. Se for o contrário, ele paga e se essa diferença na conta de energia.

Portanto, esse sistema simples com dois relógios torna a mais fácil a avaliação se o projeto vale a pena ou não. Ou seja, vale a pena pensar na possibilidade, principalmente quem tem um alto gasto mensal com energia e tem essa possibilidade de fazer a transição para o modelo autossustentável de energia.

Uma casa autossuficiente

Sobre o sistema de água e esgoto:

A proposta era clara: tornar a casa autossuficiente em captação de água, sem a necessidade de uso do poço caipira da propriedade e sem o risco de escassez em períodos de estiagem, contando com o abastecimento coletivo de nosso condomínio apenas em caso de falha no sistema próprio.

Gustavo Cerbasi

O foco não foi somente economizar na conta de água, mas também evitar os riscos de contaminação e de impacto do meio ambiente.

Porém, para atender esse objetivo, o projeto ficou complexo e tornou a obra como um todo muito mais cara. Isto é, se fosse erguida do zero, economizaria de 25% a 30% do gasto total da obra.

Em termos financeiros, ainda não dá pra saber em quanto tempo se pagará a obra. Porém, trouxe inúmeros benefícios (zero esgoto para fora da casa, economia no gás, abastecimento voluntário do lençol freático e 100% de autossuficiência no consumo de água, que chega filtrada para toda a casa).

Como isso se aplica no seu caso?

A economia estimada, no caso da minha propriedade, é de cerca de R$ 70.740 em valores atuais. (…) é como se, ao decidir investir os R$42.000 na instalação, meu resultado imediato fosse de R$ 70.740. Só que esse resultado voltará ao longo dos anos, em números muito maiores, em razão da correção pela inflação.

Gustavo Cerbasi

Em primeiro lugar, para entender melhor esses números, ele investiu cerca de 42 mil reais para fazer toda essa instalação. Ou seja, para instalar os painéis solares, captação de água e esgoto e reaproveitamento dos resíduos.

Diante disso, Cerbasi fez uma conta do que ele economizaria a partir da instalação. Isto é, apesar do investimento, as economias que ele vai tendo por não gastar mais com energia, com água e com gás, trazem valor e viabilizam o projeto. Dessa forma, trazendo essas economias de várias anos à frente a valor presente, ele teria um retorno de 70 mil reais.

O investimento foi grande, mas a complexidade do projeto também era grande. Por isso, será que não vale a pena avaliar o seu caso?

A grande reflexão é pegar o exemplo do Cerbasi como inspiração e pensar em como aplicar na sua casa, apartamento, chácara, casa de campo. Mesmo que seja somente a reutilizar a água ou minimizar a emissão de resíduos.

Vale a pena destacar que ter uma vida financeira saudável, abre margem para esse tipo de raciocínio, de oportunidade. Porque se você tem alguma dívida, sua cabeça pensa somente em resolver esse tipo de problema

Porém, se eu não tenho que me preocupar com dívidas, posso passar mais tempo pensando em como aumentar minha riqueza.

Ser sustentável é não ser um ônus para a sociedade

Temos geração própria, abastecimento do sistema, contribuição para a sociedade, blindagem contra o aumento de preços, diminuição de nossa pegada de carbono, retorno em menos de 10 anos e grande economia durante 25 anos.

Gustavo Cerbasi

Perceba quantos benefícios essa reforma, por mais dispendiosa que seja, trouxe para o autor. Além disso, não são benefícios somente para o Cerbasi, mas também para toda a sociedade e para o meio-ambiente.

Portanto, ser sustentável é não ser um ónus para a sociedade. Porque toda vez que você já era um resíduo ou consome energia, existe um custo social e ambiental por trás associado.

Por exemplo, para consumir energia utiliza-se a energia gerada por uma hidrelétrica. Porém, para fazer hidrelétrica você tem um enorme impacto ambiental do reservatório de água. Então, quanto mais você reduzir esses impactos, melhor o retorno financeiro, social e ambiental.

Por fim, você pode pensar nas seguintes ações:

  • desperdiçar menos água.
  • gerar menos esgoto.
  • gastar menos energia.
  • reciclar.

Investimento que promove evolução

O autor faz uma simulação para uma casa popular para um projeto de painéis solares:

Elaboração Própria
Elaboração Própria

Em resumo, a conta de energia, de R$2.184 anuais ou R$182 mensais, poderia ser reduzida para R$420 anuais ou R$35 mensais. Porém, para essa redução acontecer, o interessado precisaria estar disposto a desembolsar, durante três anos, R$ 481,63 de prestação mensal. Ante os R$ 182 mensais da conta original, isso significaria um gasto mensal total de R$ 516,63 durante 36 meses, R$ 334.63 a mais do que pagaria sem a instalação fotovoltaica.

DESAFIO: Convencer famílias que vivem em moradias populares a desembolsar esses R$334,63 adicionais durante três anos para garantir uma economia significativa na conta de luz nos 22 anos seguintes.

Conclusão

Chegamos ao final do capítulo 9 e espero que você tenha gostado de conhecer a casa de campo inteligente do Gustavo Cerbasi.

No próximo post, vou falar sobre o Capítulo 10 do livro: Blindando a aposentadoria.

Nesse capítulo, o autor fala sobre a construção imediata do futuro para garantir a riqueza da vida simples por anos.

Comente se gostou, escreva suas dúvidas, e até o próximo post.

1 comentário em “A Riqueza da Vida Simples – Capítulo 9”

  1. Pingback: A Riqueza da Vida Simples - Capítulo 8 - Murilo Massaretto

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